Vendo nessa noite o índice Nikkei cair 14% - num único pregão - me dei conta de que os operadores do Japão devem saber de coisas que nenhum de nós imagina. Um mercado acostumado a tragédias e a cair há 20 anos não entra num processo vertiginoso de sell-off como o que estamos vendo essa semana dessa forma. Provavelmente as informações que estão chegando via noticiários são maqueadas e feitas sob medida para não gerar um pânico geral no Japão (o número de mortos, por exemplo, que já se sabe que excede os 10 mil, a toda hora é direcionada pelas autoridades locais na casa dos 2 mil). A bolsa, por bem ou por mal, costuma adiantar-se as notícias. Lembramos que muito antes do crash do mercado imobiliário americano, as bolsas já despencavam havia tempo. E é isso o que me dá medo. Na bolsa, velocidade e tamanho são mais que documentos, e neste momento, olhando para ambos, fica difícil não pensar que há muito mais que ser contado.
Meu medo não é com a queda da bolsa de lá, ou daqui, ou de qualquer lugar - esse não é o meu ponto - mas com a destruição da vida humana, que neste momento nunca esteve tão fragilizada. As ameaças de que ventos soprem a radiação da usina de Fukushima para a cidade de Tókio é mais do que fundamentada. A tragédia pode ser iniguilável, pode ser um apocalipse dentro de um único país. 500 mil pessoas foram resgatadas, 100 mil crianças estão desabrigadas. Milhares a mercê da sorte. Nós precisamos, além de pedirmos a Deus pelo conforto espiritual dessas pessoas, fazer algo de concreto também pelas suas necessidades materiais. Por favor, considere uma doação via cartão de crédito para essas vítimas através de instituições que estarão lá representando a humanidade inteira para lutar pela sobrevivência de todo um povo.
Eu estou tentando fazer a minha parte, se cada um fizer a sua, menos lágrimas cairão e mais semblantes se erguerão.
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