15 de agosto de 2009

Mercado sobrecomprado no gráfico semanal

Abaixo segue uma excelente e apropriada análise do professor Jayme Ghitnick, alertando sobre a entrada do mercado em sobrecompra pelo IFR no gráfico semanal do Ibovespa, e um pequeno adendo de minha parte, demonstrando como esse mesmo IFR está prestes a tocar uma longa LTB, que todas as vezes em que foi testada, foi acompanhada de rápida e forte correção. Mais um motivo pela qual decidí interromper na sexta-feira todos os setups de compra MGA, além das presentes divergências de topos tanto no IFR, EL, OBV e da diminuição de volume, que não acompanham as cotações de forma alguma.

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O repique das cotações vai esticando, as notícias vão melhorando, mas do ponto de vista do Índice de Força Relativa (IFR), o Ibovespa vai chegando na região considerada como de mercado sobrecomprado, ou seja, quando o IFR alcança o valor de 70 e mais.

A popularidade deste indicador, que lhe dá uma força extra junto ao mercado num permanente processo de realimentação, decorre da precisão com que sua fórmula simples consegue medir o torque das tendências e antecipar reversões de direção; o gráfico acima ilustra a quase infalibilidade desse sinal, no caso da exaustão das altas, do final de 2003 para cá (cerca de uma dezena de vezes).

É fácil compreender a mecânica desse processo: depois de algum tempo de alta, a grande maioria dos participantes do mercado já está comprada (senão o movimento não teria ocorrido...) e vai chegando um momento em que já haverá um equilíbrio entre compradores e vendedores.

Logo, os vendedores passarão a ser maioria e a tendência será invertida, instalando-se a baixa.

O IFR mede a razão entre as recentes variações de cada período, as positivas e as negativas e a refere a uma escala de 0 a 100; por longa observação, constatou-se que acima de 70 e abaixo de 30, respectivamente, as altas e as baixas costumam reverter.

Não sendo a análise técnica uma ciência exata, todos os seus conceitos devem sempre ser considerados numa faixa de significados, os pontos e as linhas sendo analisados como referências aproximadas. Em geral, porisso, a chegada do IFR às faixas de mercado sobrecomprado e/ou sobrevendido pode ser apenas um primeiro alerta e a reversão é sinalizada mais claramente por uma divergência de comportamento com as cotações ou pela ultrapassagem de um suporte/resistência na própria evolução do IFR.

Tendências muito fortes podem manter o indicador por mais tempo nessas regiões extremas, mas justamente num gráfico semanal, como o desta página, isso acontece mais raramente. O objetivo da reversão, no máximo, é a zona extrema oposta, mas igualmente se a tendência for forte e definida, essa reversão terminará bem antes disso acontecer...

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No gráfico acima fica o meu adendo, aonde podemos ver que o momento pede cautela, já que pelo histórico do Ibovespa, sempre que há toque na LTB do IFR, surge a oportunidade de queda para o nosso mercado.



No gráfico acima, com um pouco mais de zoom, vemos que ainda há algum espaço para novas altas antes do teste na LTB do IFR ser efetivamente concluído. Contudo, pelo menos para esse indicador técnico, fica claro e evidente que há muito mais espaço para baixo do que para cima no momento presente. Até porque quem ficou esperando o toque nessa mesma LTB no topo dos 70 mil pontos para fechar posições compradas, levou olé, já que a queda nesse caso específico veio bem antes. Cautela é o que se pede.