15 de março de 2010
Capa do Valor: GP forma consórcio e cria grande empresa de lácteos
Potencialmente, as oito fábricas têm capacidade de captar 2 milhões de litros/dia, ficando perto da Itambé.
Na segunda etapa, as marcas das empresas controladas pela Laep irão para a Monticiano
Uma nova empresa de laticínios, para brigar com as grandes companhias do setor, começa a ganhar contornos, com a assinatura, ontem à noite, de um acordo entre a Monticiano Participações, da GP Dairy, e da Laep Investments, detentora do licenciamento da marca italiana Parmalat.
Inicialmente está sendo criado um consórcio operacional das fábricas da Leitbom, laticínio com sede em Goiás adquirido em 2008 pela GP Dairy, e da Glória Alimentos e Ibituruna, duas empresas da Laep, holding que controla também a Parmalat Brasil, em processo de recuperação judicial. O consórcio fará compra de matéria-prima e distribuição conjunta para as 5 fábricas da Leitbom e para as três fábricas da Glória e da Ibituruna, em Votuporanga (SP), Guaratinguetá (SP) e Governador Valadares. Na segunda etapa, as marcas das empresas controladas pela Laep irão para a Monticiano. Em troca, a Laep receberá participação acionária minoritária de 40% no capital da Monticiano. Para essa etapa, faltam acertos, como o licenciamento da marca Parmalat para a Monticiano.
Potencialmente, as oito fábricas têm capacidade de captar 2 milhões de litros/dia, o que a colocaria muito perto da Itambé, a terceira maior empresa do setor, liderado no Brasil pela Nestlé, seguida pela BrasilFoods. A capacidade de faturamento pós união pode ser estimada em mais de R$ 2 bilhões, em uma situação em que o capital de giro para as duas empresas da Laep esteja normalizado.
A Laep, controlada pelo empresário Marcos Elias, que abriu o capital da empresa na Bovespa em 2007, enfrenta sérias dificuldades para tomar crédito e suas fábricas operam com mais de 50% de ociosidade, a distribuição é precária e a marca Parmalat, fortíssima no Sudeste, já é dificilmente encontrada nos supermercados. Fontes próximas da negociação garantem que a recuperação judicial da Parmalat não contamina os outros ativos da Laep que entram nessa negociação.
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