21 de maio de 2010

Olhando para 2008 e vendo 2010


De todas as possíveis semelhanças que o ano de 2008 e o de 2010 possam ter, tanto na ordem dos ótimos momentos econômicos em que se encontrava a nossa economia, das notas de upgrade das agências de risco, do PIB galopante, as que mais me chamam atenção são aquelas apontadas pela análise gráfica. Dois aspectos, simples, mas notáveis, me chamaram atenção e devem sempre estar diante de nossos olhos para eventuais tomadas de decisões: o direcionamento das médias móveis e a formação de falsos fundos.

Pegando as Médias Móveis de 17, 34 e 72 períodos, vemos como o ano do crash de 2008 teve logo após o seu pico em 74 mil pontos o cruzamento dessas mesmas médias para a venda e como elas assim permaneceram por todo o downtrand daquele ano. Vemos também que durante todo o rallye de alta de 2009, as mesmas médias permaneceram sempre ascendentes e cruzadas na compra e nunca na venda como o fez nesse momento, que assim como em 2008, seguiu de um altíssimo período de altas para a bolsa. O fato é que essas mesmas médias estão bem direcionadas para baixo no momento, e não dão qualquer sinal de que irão voltar a subir tão cedo.

Além disso, porque em tendência de baixa a formação de fundos não são confiáveis? Simplesmente porque eles são marcações naturais de realização de lucro dos vendidos e momentos cognitivos para os líquidos de que um novo momento para entrar na ponta vendida está se aproximando. Em 2008, tivemos cerca de 13 sinais de fundo, que não foram fundo em absoluto, porque eram criados abaixo da LTB, abaixo das médias móveis e em sequência de zigue-zagues de baixa. Exatamente como os sinais de fundos que estamos vendo agora em 2010: 3 fundos confirmados, os 3 devidamente violados e assim será enquanto estiver sob a pressão vendedora da LTB, das médias móveis e dos pivots de baixa.

Isso significa que iremos até os 29 mil pontos novamente, como em 2008? Não sabemos. Análise técnica não nos dá previsão, mas coletando os dados da realidade presente, direciona as decisões para o caminho mais prudente e acertivo, que como visto, nos mostra concretamente que iniciamos um padrão forte de baixa e que só dará chance para os comprados quando nosso índice voltar a ter zigue-zagues ascendentes, cotando sempre acima de qualquer LTB e acima das médias móveis. As vezes o simples é o mais eficaz.