9 de maio de 2010

Um gigantesco plano de socorro de 750 bilhões de euros para ajudar a zona do euro

Apenas um breve comentário: Minha única questão com esse fundo de quase 1 trilhão para qualquer país da zona do euro com problemas, é que deixaram bem claro ao mundo que a possibilidade de bancarrota de outros países que não a Grécia era real e que o buraco era realmente bem mais embaixo. Caso contrário o valor não seria tão exorbitante. Além disso, quem garante que a UE, que pode fazer tais empréstimos por ser AAA em rating, continuará com a mesma nota de rating após o fazê-lo? Não se trataria afinal de contas de uma grande pirâmide, aonde a base quebrada empresta para o topo falido, pois querendo ou não, o dinheiro não sai do mesmo lugar? Será que não estão apenas ganhando tempo e usando as últimas balas disponíveis para uma guerra já derrotada? Tomara que não. Olho vivo.


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http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/05/um-gigantesco-plano-de-socorro-de-750-bilhoes-de-euros-para-ajudar-a-zona-do-euro.html

Os países da UE chegaram a um acordo sobre a adoção de um plano de socorro histórico que pode chegar a 750 bilhões de euros para ajudar os países da zona do euro caso seja necessário e para pôr fim a uma crise financeira que se estende perigosamente.

Este plano sem precedentes na história recente para um programa de apoio financeiro inclui empréstimos e garantias dos países da zona do euro, além de empréstimos dos Fundo Monetário Internacional.

Ele foi decidido na madrugada de domingo para segunda-feira, depois de mais de onze horas de negociações em Bruxelas entre os ministros europeus das Finanças, convocados de urgência.

A ajuda terá 60 bilhões em empréstimos concedidos pela Comissão Europeia e 440 bilhões de euros em empréstimos ou garantias dos países da zona do euro, ou seja, um total de 500 bilhões, anunciou à imprensa a ministra espanhola da Economia, Elena Salgado.

O Fundo Monetário Internacional concederá também uma contribuição em empréstimos de até 250 bilhões de euros, indicou ela, depois de ter mencionado anteriormente o valor de 220 bilhões.

Em um comunicado, o Banco Central Europeu (BCE) indicou que vai "realizar intervenções nos mercados de obrigações privado e público da zona do euro" com o objetivo de pôr fim aos problemas constatados.

Ele não detalhou imediatamente de que forma isso será feito.

O BCE também anunciou medidas para enfrentar as dificuldades dos bancos da zona do euro em se alimentar de dólares, facilitando seu abastecimento.

Para conseguir isso, uma ação concertada do BCE e dos bancos centrais de Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Suíça foi estabelecida, por meio da reativação de mecanismos de troca (swap) de divisas para permitir à zona do euro obter dólares com mais facilidade.

Os ministros travaram ao longo do dia e à noite uma corrida contra o relógio para encontrar uma solução confiável antes da abertura dos mercados da Ásia, no momento em que a crise grega ameaça afetar outros países da zona do euro, como Portugal e Espanha.

Esses dois países se comprometeram a "acelerar" em 2010 e em 2011 seus planos de redução do déficit público e anunciarão medidas significativas o mais rápido possível para acalmar os mercados, anunciou Salgado.

A origem da tempestade está no nível de déficit muito elevado de vários países atingidos pela crise financeira e econômica, o que gera dúvidas a respeito de sua capacidade de pagar suas dívidas.

As primeiras reações foram positivas. O euro saltou nas primeiras transações em Tóquio superando 1,29 dólar.

O programa será utilizado "apenas em caso de necessidade", disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn. Ele indicou que a concessão des empréstimos estará associada "a condições rigorosas" que deverão ser respeitadas pelos países.

"É muito parecido com o sistema estabelecido para a Grécia", que recebeu 110 bilhões de euros em empréstimos em três anos, 80 bilhões de euros pelos parceiros da Grécia na zona do euro e o restante pelo FMI, que aprovou no domingo a sua contribuição para este país, segundo uma fonte diplomática.

A Europa não pode se permitir mais uma vez "decepcionar os mercados" depois de ter causado turbulências nos últimos meses por ajudar uma Grécia enfraquecida, considerou o ministro sueco das Finanças, Anders Borg.

Ele pediu também um combate às "hordas" de especuladores que se comportam como "uma alcateia de lobos".

A Comissão Europeia havia proposto em um primeiro momento empréstimos da União Europeia garantidos pelos 27 Estados da UE, e pretendia criar um sistema com montantes "ilimitados", segundo um diplomata.

Mas a ideia foi abandonada por causa da recusa alemã.

A UE estava sob pressão porque a crise estava prestes a ganhar uma dimensão internacional com os riscos de contágio.

O presidente americano Barack Obama havia pedido no domingo à chanceler alemã Angela Merkel que adotasse "medidas enérgicas para recuperar a confiança dos mercados", indicou a Casa Branca.